A história da escrivã da Polícia Civil de Roraima, Gislayne de Deus, que nasceu em Campo Grande, mas se mudou criança para capital do estado, Boa Vista, repercutiu nacionalmente neste final de semana.
Isso porque, após 25 anos, ela prendeu o assassino do próprio pai, o comerciante Givaldo José Vicente de Deus, morto por Raimundo Alves Gomes, de 60 anos, em fevereiro de 1998 em um bar no bairro Cambará, por conta de uma dívida de R$ 150,00.
O autor desapareceu após o crime, tornando-se foragido desde então. Na época, Gislayne tinha apenas nove anos. Ela tem outros quatro irmãos, que ficaram órfãos.
Antes de ser policial civil, ela foi policial penal. Já na PC, ela foi lotada na DGH (Delegacia Geral de Homicídios), onde teria visto a oportunidade de ir atrás do algoz de sua família com melhores ferramentas.
O próprio julgamento do crime, em 2016, foi dramático. Por pouco o réu não foi admitido. A família encontrou uma testemunha importante que não havia sido arrolada no processo judicial. Isso resultou na condenação do acusado a 12 anos de prisão em regime fechado, porém ele ainda era foragido.
Em 2022, um tio de Gislayne chegou a ver Raimundo em Boa Vista, mas, na época, ela ainda não fazia parte da Polícia Civil e as tentativas de localizá-lo foram frustradas.
Quase dois anos de investigação após este fato, na última quinta-feira (29), o homem condenado pela morte de seu pai foi preso. Diligência em conjunto realizada pela Delegacia Geral de Homicídios e o Deint (Departamento de Inteligência) da Secretaria de Sesp (Segurança Pública de Roraima), localizaram e prenderam Raimundo em uma chácara na zona rural de Boa Vista.
“Com a prisão dele, lavei minha alma e a de toda minha família. Foi o encerramento de um ciclo. Hoje temos paz e o sentimento de que a justiça foi feita', disse ela em entrevista ao site oficial da PCRR.
A escrivã ressalta que o desfecho marca o fim de uma longa jornada de dor e luta, e o início de uma nova fase para uma família que jamais desistiu de ver o criminoso respondendo por seus atos. “A prisão dele representa não apenas a reparação de uma injustiça, mas também o poder da perseverança em nome da Justiça', disse.
O homem foi encaminhado à DGH, onde teve sua prisão formalizada e apresentado na audiência de custódia. Ele foi encaminhado ao Sistema Prisional, onde cumprirá sua pena.
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