No último sábado (23 de novembro), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou uma decisão que deu sobrevida à interinidade de Estevão Antônio Petrallás na presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Foi a terceira prorrogação do mandato temporário do dirigente, que agora se estende até 10 de abril de 2025.
O motivo? Francisco Cezário de Oliveira, o titular do cargo, permanece afastado, envolto em uma rede de problemas judiciais que, apesar de não o condenarem, o tornam inabilitado para reassumir o posto. Sem solução definitiva à vista, a CBF decidiu prolongar o mandato de Petrallás para evitar um colapso administrativo na federação.
Se futebol é paixão, também é burocracia. E no Mato Grosso do Sul, os trâmites fora de campo estão suplantando as jogadas no gramado.
Um jogo parado - O afastamento de Cezário, decretado inicialmente em maio deste ano, teve como pano de fundo uma prisão preventiva que abalou os bastidores do futebol local. Embora a prisão tenha sido revogada, substituída por medidas cautelares, a CBF entendeu que o retorno do dirigente criaria mais problemas do que soluções.
Sem alternativas imediatas, a entidade colocou o vice-presidente, Petrallás, como presidente interino. O plano inicial era manter a interinidade por 90 dias. Depois, outros 90. Agora, mais 139 dias.
No comunicado oficial enviado ao Tribunal de Justiça Desportiva do Mato Grosso do Sul, a CBF justificou que “a paralisação das atividades futebolísticas traria prejuízos irreparáveis aos clubes, atletas e à economia local”. Um argumento sólido, mas que mascara a incapacidade de resolver de vez a crise na FFMS.
A extensão de uma crise - A decisão reflete um cenário maior: o futebol de Mato Grosso do Sul parece preso em um jogo que não avança. A prorrogação da interinidade é, ao mesmo tempo, uma solução paliativa e um atestado de que a crise está longe do fim.
Entre os clubes e os torcedores, a notícia foi recebida com um misto de resignação e cansaço. As partidas continuam, os campeonatos seguem, mas a sensação de que algo está fora do lugar persiste.
Enquanto isso, Petrallás segue no comando, agora até abril de 2025. E a pergunta que todos fazem é: será que até lá algo terá mudado?
Futuro incerto - Para que a situação volte ao normal, a FFMS precisa realizar novas eleições, o que depende da decisão do Tribunal de Justiça Desportiva e das condições legais de quem concorrerá ao cargo. Se isso não ocorrer até abril, é provável que a novela se estenda ainda mais.
Por ora, a gestão interina parece a única solução viável. Mas a paciência dos clubes, dos atletas e dos torcedores começa a ser testada. O futebol segue, mas a crise nos bastidores é como um jogo sem fim — uma prorrogação atrás da outra, sem pênaltis à vista.
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