O homem, de 56 anos, que aparece no vídeo ao lado da mulher de 27 anos, morta por tiro acidental disparado pelo próprio filho, de 2 anos, não é CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) e possuía apenas o registro federal da arma, segundo informou a delegada responsável pelo caso. Ele é marido da vítima e pai da criança.
O documento é emitido pela Polícia Federal e voltado para quem deseja ter uma arma legalizada para defesa da residência ou do local de trabalho, sem a necessidade de praticar tiro esportivo ou frequentar clubes.
O processo é considerado mais rápido e barato. Em alguns estados, a autorização sai em menos de 30 dias, sem exigência de filiação a clubes nem realização de treinos periódicos, diferentemente do exigido para se tornar um CAC, cujo processo é mais burocrático, caro e emitido pelo Exército.
Além disso, quem tem apenas o registro federal pode deixar a arma carregada dentro de casa, 24 horas por dia, pronta para defesa, situação proibida no caso das armas cadastradas no Exército.
Mas há restrições. Segundo o advogado Bruno Melo, o cidadão não pode transportar a arma, salvo com autorização específica para treinamento em clube de tiro ou exercício profissional que exija o transporte do armamento. Também não pode adquirir armas de uso restrito, nem fazer recarga de munições. Além disso, o limite anual é de apenas 50 munições, considerado baixo por quem pratica tiro com frequência.
Até junho de 2025, a Polícia Federal em Mato Grosso do Sul contabiliza 909 requerimentos de regularização de arma, sendo os mais frequentes os de aquisição (367) e registro (342).
Do total, 91,75% dos solicitantes são homens e apenas 8,25% são mulheres.
O índice de deferimento é alto: 782 dos processos foram aprovados, enquanto 127 foram indeferidos.
O Estado viveu um pico na busca por registros de armas de fogo em 2021, quando a Polícia Federal contabilizou 8.979 solicitações. Naquele ano, os principais pedidos foram para aquisição (3.997) e registro de arma de fogo (3.768).
A partir de 2022, os números começaram a cair: foram 6.030 requerimentos, uma redução de cerca de 33% em relação ao ano anterior. Já em 2023, o recuo se manteve, com 2.708 registros; e, em 2024, o total de dados somou 2.358 solicitações.
O cenário em 2025 segue com 909 registros até junho, número bem inferior ao observado nos anos anteriores. Na comparação com 2021, o volume de pedidos caiu mais de 80%.
O recorte por sexo também segue praticamente inalterado ao longo dos anos: os homens dominam os pedidos de registros de armas, representando sempre acima de 90% dos requerentes, enquanto as mulheres não chegam a 10%.
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