O Vaticano anunciou recentemente novas diretrizes que permitem a ordenação de homens gays como padres, desde que observem o celibato. A decisão, formulada pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), revoga uma norma de 2016 que proibia a entrada de seminaristas com "tendências homossexuais profundas" no clero.
Essa medida é vista como um gesto do papa Francisco em direção à inclusão da comunidade LGBTQIA+, embora a Igreja Católica ainda não reconheça o casamento entre pessoas do mesmo sexo. De acordo com as novas orientações, a orientação sexual dos candidatos será considerada apenas um dos vários aspectos avaliados durante sua formação sacerdotal.
As novas regras foram aprovadas em novembro de 2024 e já estão em vigor, com uma revisão prevista para ocorrer dentro de três anos. Essa postura mais inclusiva reflete uma mudança gradual na abordagem do papa Francisco em relação à sexualidade.
Apesar disso, o pontífice já gerou polêmicas com suas declarações no passado. Em janeiro de 2023, ele afirmou que a homossexualidade não deve ser considerada um crime, mas a definiu como um pecado. Na ocasião, Francisco defendeu a revogação de leis que criminalizam a orientação sexual e destacou a necessidade de compaixão e compreensão na atuação da Igreja, especialmente entre os bispos que apoiam legislações discriminatórias.
Essa nova diretriz representa um marco para a Igreja Católica, que vem sendo desafiada a se adaptar às demandas de um mundo mais inclusivo. Ainda assim, a decisão não está isenta de críticas de setores mais conservadores dentro da instituição, que defendem a manutenção de posturas mais rígidas em relação à orientação sexual no clero.
A abertura, embora limitada, reforça o apelo do papa Francisco por uma Igreja mais acolhedora e próxima das realidades humanas, buscando um equilíbrio entre tradição e modernidade.
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